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segunda-feira, 8 de agosto de 2016

ARTIGOS HSF O Despertar da Homossexualidade.


O Despertar da Homossexualidade.

Sempre existiram, desde os alvores da humanidade, diferentes orientações sexuais; contudo, nas diversas sociedades e culturas, a opção homossexual, nunca foi plenamente aceita, tendo sido ocultada sob um manto de silêncio ou hipocrisia.
A exceção deu-se na Antiga Grécia e no Império Romano.
Como revelam os escritos de Aristóteles e vários estudos antropológicos, mas, mesmo nesses períodos da historia, a homossexualidade era considerada aceitável apenas como possibilidade física, e só em certas ocasiões era afetivamente uma relação de igual para igual.
Caso se comparem diferentes organizações sociais, incluindo algumas primitivas, onde se aceitava a homossexualidade, como dão conta, por exemplo, os escritos bíblicos, percebe-se que esta não era um problema, e que apenas se converte em tal quando os membros de determinada sociedade fazem valer os seus preconceitos, criando, em conseqüência, leis restritivas para os homossexuais.
Um sistema social que trata assim alguns dos seus membros, que os considera inferiores ou cidadãos de segunda classe, comete uma injustiça contra os concidadãos, bem como contra a própria sociedade, e o mais provável é que nela subsistam muitos conflitos auto-impostos até que os erros sejam sanados.


Felizmente, hoje as coisas mudaram bastante, e o pensamento da sociedade também, sobretudo desde que se celebrou a primeira e grande manifestação do Dia do Orgulho Gay, em Stonewall, Nova York, em 28 de junho de 1969.
Cada pessoa deve aceitar a sua identidade sexual e sentir-se confortável com ela, seja ela qual for, tanto no plano físico como no afetivo ou social.
Trata-se de estar bem consigo mesmo e permitir-se viver, não só o erotismo, mas também os sentimentos afetivos que possa sentir por uma pessoa do mesmo sexo.
Isto supõe reconhecer e admitir que é possível e natural que um homem sinta amor por outro homem e que se assuma socialmente, de acordo com a sua verdadeira orientação sexual, fazendo o que hoje, coloquialmente, se chama “sair do armário”.



A sexualidade e os afetos podem acontecer em simultâneo e estar em harmonia em qualquer momento e espaço da vida, o que é saudável tanto do ponto de vista físico como do psicológico.

Quando um jovem desperta para a sexualidade os seus impulsos e verdadeiros desejos aparecem com força; não obstante, tenta muitas vezes anulá-los ou ocultar o que realmente sente devido à imposição de determinados fatores sociais que o rodeiam e o condicionam.
Por vezes, uma família convencional ou um ambiente conservador e restritivo levam-no a evitar mostrar-se tal como é e o que realmente sente em seu intimo, ao passo que, se viver num ambiente livre, com referências homossexuais positivas, beneficiar-se-á de uma vivencia sexual harmoniosa e franca.

Atualmente, são cada vez mais numerosas as referências homossexuais positivas, o que contribui para que, quando aparecem os primeiros indícios da própria sexualidade, as inclinações homossexuais não sejam sentidas com culpa. Isto não aconteceu com as gerações homossexuais anteriores, hoje indivíduos já de meia-idade, que sentiram a sua sexualidade como um risco e a quem ainda hoje custa eliminar os sentimentos de vergonha ou de culpa, o que os leva a ter uma vida sexual conflituosa.

Em alguns círculos sociais considerou-se, e ainda se considera, que a homossexualidade é um desvio, uma perversão ou uma degeneração, quando na realidade se trata de uma variante da orientação erótica, que leva a sentir atração física e afetiva por pessoas do mesmo sexo, sendo, portanto, uma realidade tão positiva como as outras.
Comunicá-la à família e aos amigos pode parecer muito difícil, pois conta-se com o preconceito social de que “o correto” é que se sinta atração por uma pessoa do sexo oposto.

Não há dúvida de que, quando se dá o primeiro passo, o de se aceitar a si mesmo, é mais simples compartilhá-lo, uma vez que isso é o normal na vida, especialmente em aspectos tão importantes como este.
Se não se viver a homossexualidade como um traço, rejeitado pela própria personalidade, o normal é revelá-la e encará-la como norma; assim desaparecerão os sentimentos de culpa.

Trata de uma obrigação: dar-se a conhecer apenas facilita as relações e evita o incômodo social, bem como ser aceito pelos outros.
O melhor é viver com normalidade e alegria a própria realidade, e desfrutá-la, tanto na esfera sexual como na sentimental e social, sem tabus nem hipocrisias...




Texto retirado do livro “KAMA SUTRA GAY  Para desfrutar o Maximo da Sexualidade”.
De Alicia Gallotti & Rafael Ruiz.
Editora Planeta.
 Recomendável.

2 comentários:

  1. É muito bom saber, que tudo de bom e os avanços que existem hoje acerca da nossa comunidade foi uma luta lá atrás...
    #Orgulho

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    Respostas
    1. Com certeza, é uma parte muito importante de nossa história.
      Ela é retratada também no filme Milk A Voz da Igualdade com Sean Penn & James Franco, um lindo filme.
      Um Forte Abraço

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